No sábado, o candidato a presidente pelo Partido Republicano, Mitt Romney,
revelou quem será seu parceiro de chapa. O candidato
a vice-presidente escolhido foi o congressista Paul Ryan, responsável por um dos mais destacados planos para o equilíbrio das contas públicas do país. Eu estive na
cidade de Manassas, na Virgínia, no primeiro comício dos republicanos após o anúncio de Ryan.
A pacata
cidade foi invadida por milhares de pessoas. Os republicanos levaram seus cartazes, denunciando o que entendem ser um pessimo governo democrata. Mais do que uma divisão ideológica, essa campanha esta mostrando
uma divisão de raça. Não pude deixar de notar que entre o público que apoia
Romney/Ryan, pelo menos de 98 em cada 100 pessoas eram brancas
Do outro
lado da rua, em um pequeno grupo de apoiadores do democrata Obama, 8 em cada 10
eram negros.
Depois de
esperar 2 horas na fila, sob um sol inclemente, pude ouvir o que os republicanos
tem a dizer. Ryan destacou aspectos econômicos e o fato
de o presidente Obama não ter sido capaz de gerar os
empregos que prometeu.
Em seguida,
Romney saudou seu companheiro de chapa e, pela primeira vez, foi objetivo sobre
seu plano de governo. Ele destacou cinco pontos que acredita ser a base de seus
esforços, caso seja eleito: 1) investir em energia (carvão, petróleo); 2) em educação, para gerar trabalhadores qualificados; 3) em comércio, para recuperar mercados perdidos para a China, principalmente na
América Latina; 4) cortar gastos para diminuir a dívida pública; 5) investir em pequenos negócios, para
gerar os empregos que os EUA precisam.
Claro que
ele não deixou de destacar que acabará com o programa de universalização da saúde, uma das conquistas de Obama. Também
lembrou que vai lutar para que a China deixe de usar artifícios para manter sua
moeda depreciada.
Em quatro meses
aqui, foi a primeira vez que consegui ver algum conteúdo no candidato Romney.
Até então, a campanha dele tinha se concentrado em destacar as falhas de Obama.
A escolha de Ryan ajudou bastante, já que o público jovem tende a apoiar o
atual presidente. Ryan é jovem e carismático e já começou a gerar burburinho
nas redes sociais, coisa que Romney sozinho não conseguia.
A campanha mal começou
e o vencedor terá uma vitória apertada. Alguns estados podem decidir a eleição,
que obedece a um sistema totalmente diferente do brasileiro.